A família era o centro das sociedades Célticas, não apenas pai-mãe-filhos ou a família expandida de avós, tios e primos, mas todos os grupos familiares de um mesmo clã -- sem levar em conta os laços criados entre famílias pela prática regular da adoção dos filhos umas das outras, que eram parte essencial da educação dos jovens: só como exemplo, porque Cuchulain era filho de criação de Fergus, este foi poupado dos massacres cometidos por aquele contra os invasores do Ulster na narrativa do Táin; isso descreve um tipo de sociedade onde cada membro está ligado a todos os outros por múltiplos laços de lealdade e por isso se torna coesa e estável.
Mas hoje estamos vivendo uma situação única na história humana na qual, pela primeira vez na civilização ocidental, os laços de amizade têm prioridade sobre os laços familiares: cada vez mais as pessoas estão se afastando de parentes distantes e próximos em prol de amizades próximas e distantes, e em épocas do ano como esta,nota-se a dicotomia entre o Natal como festa familiar e o Ano Novo como comemoração entre amigos, com a balança pendendo cada vez mais para o lado deste a cada ano.
É verdade que muitas vezes, como Richard Bach escreveu em Ilusôes, "Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto", ou seja, muitas vezes só se encontra a compreensão que falte em casa no meio dos amigos -- mas C.S.Lewis disse em Os Quatro Amores que na amizade o vínculo está menos na pessoa do amigo e mais na partilha de interesses comuns, ou nas palavras dele, a pergunta que define o amigo não é "você me ama?", mas sim "você também ama a mesma verdade que eu?"
Especialmente a questão do Druidismo pode às vezes ser um divisor de águas, porque é rara a família que aceita bem quando um de seus membros se declara seguidor do caminho druídico, e frequentes são os amigos, mesmo fora do Druidismo, que acolhem bem uma declaração como esta.
Mas o Druidismo tem como um preceito claro honrar os Ancestrais, e isso inclui tanto desconhecidos mortos há milhares de anos quanto um avô ou tia falecidos ano passado, e inclui honrar os descendentes vivos desses Ancestrais, ou seja, a sua família em casa...
Isso não quer dizer que a família está sempre certa e que se devam tolerar relacionamentos neuróticos ou francamente abusivos ocorrendo em seu seio: toda pessoa é livre para se defender de agressões, venham de dentro ou de fora de casa, mas "honrar" nesse caso é reconhecer que nossas vidas têm raízes lá, que somos como somos devido à nossa família, mas que somos livres para definir nossa relação com ela e suas consequências conforme a Inspiraçâo nos guie.
Bendita a Família, dentro e fora de casa
Benditos os Amigos, companheiros de jornada
Benditos os mil laços que nos unem
para que ninguém siga sozinho
Ancient Wisdom Beats Psychoanalysis
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I recently came across this article discussing a recent study on managing
anger. The study examined the concept of "venting" to see if it reduced
anger e...
Há 3 dias
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