domingo, 4 de setembro de 2022

30DV - Habitat


A foto acima diz TUDO o que vocês precisam saber sobre o porquê da amoreira não ter ficado restrita ao seu ambiente natal na China - assim que as possibilidades têxteis da fibra do casulo do Bombex mori (vejam que a amoreira está presente até na designação da espécie!) foram descobertas, e a fama da seda chinesa correu o mundo, era questão de tempo até que ambos, o bicho-da-seda e a árvore cujas folhas ele comia, fossem contrabandeados para a Europa no século VI (porque o imperador Justino de Bizâncio só queria vestir seda, além de enriquecer com a sua produção, e é fácil escamotear ovos e galhos das duas espécies num canto da bagagem) e de lá para o mundo.
Ela é muito bem adaptada ao clima temperado (a ponto da amoreira-branca ser considerada espécie invasiva em vários países das Américas) e se propaga com a maior facilidade a partir dos galhos mais finos: eu mesmo já perdi a conta de quantas amoreiras plantei pelo simples expediente de quebrar um ramo com três ou quatro folhas e espetá-lo diretamente na terra, para voltar dali a dias e vê-lo com folhas novas - a força vital da amoreira é impressionante, e isso tem a ver com as suas propriedades terapêuticas e mágicas, como veremos mais à frente.

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