(SPOILERS À FRENTE, NÃO LEIAM SE NÃO QUISEREM SABER DEMAIS!!!)
42 anos depois (o que Douglas Adams diria disso?), eis que a Jornada chega ao fim: a saga da família Skywalker e sua predestinação a trazer o equilíbrio da Força foi concluída, não sem conflitos (90% fora da tela e não dentro) mas de modo digno e satisfatório.
Como já falei antes, sendo este um Episódio de Conclusão, espelharia os finais da 1a e 2a trilogias (episódios III e VI respectivamente): é curioso que, nas críticas que li até agora, esse espelhamento foi chamado de cópia e plágio, ninguém o reconheceu como fazendo parte de um padrão (esperado porque confirmado anteriormente) - e que chegou mesmo a trazer de volta o personagem responsável por levar o Herói à crise e tentação suprema nas trilogias anteriores, Palpatine-ele-mesmo, pronto a conseguir com Rey o que havia conseguido com Anakin mas falhado com Luke.
Um aspecto importante é o reforço da mensagem enfatizada no VIII (mas que, vendo com olhos-de-Druida, perpassa a série toda), a da importância das pessoas comuns - os protagonistas podem ser caipiras do deserto, contrabandistas, desertores, jogadores, mecânicos, catadores de lixo e ainda assim combaterem lado a lado, em pé de igualdade, com princesas-senadoras-generais (mesmo que não correspondam em nada ao estereótipo da aristocrata mimada); mesmo no final, quando a Resistência recebe o apoio de última hora de uma frota de naves em sua maioria civis (e como esse visual me lembrou o da frota Colonial de Battlestar Galactica!), o recado está dado, quando o povo comum se levanta, a Força está com ele.
A questão é acreditar, em sua causa e em si mesmo: neste clima de encerramento que perpassa o episódio, a velha geração se afasta para dar lugar à nova, que não se sente à altura do legado - Poe diz não estar pronto a assumir a liderança deixada por Leia, Rey tenta fugir para a ilha-refúgio de Ahch-To, Finn não se sente como tendo lugar na narrativa, mas o comentário de Lando diz tudo: "e você acha que nós estávamos prontos no nosso tempo?"
E a solução do enigma do "equilíbrio da Força" foi extraordinariamente sutil - de um lado, o herdeiro da linhagem da Luz mas voltado às Trevas, do outro a herdeira da linhagem das Trevas mas criada na Luz, ambos unidos pela Força numa díade onde cada um espelha as forças e fraquezas do outro, interligados ao ponto de cada um curar as feridas físicas e emocionais do outro e, juntos, superarem a dualidade e vencerem a prova final.
Claro, isso não dependeu apenas dos dois protagonistas centrais, nem de seus amigos e aliados, nem da força coletiva em campo: a voz dos Ancestrais, tanto os de sangue quanto os do espírito, estava lá, esperando a resolução da dualidade para se fazer ouvir no instante crucial.
E essa voz se fez ouvir, pela última vez, quando Rey assumiu os Ancestrais do espírito como sendo seus ao adotar o nome da linhagem que foi símbolo da Força em quatro décadas - e esse é o desafio que esta cena, este episódio, esta trilogia final propõe a todos nós que o assistimos emocionados: você está pronto para ser um Skywalker?
Solstice Blessings! /|\
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The Sun Have you ever seen anything in your life more wonderful than the
way the sun, every evening, relaxed and easy, floats toward the horizon and
into...
Há 23 horas