sábado, 21 de junho de 2025

Ategina, Semana 21: Música Evocativa


 Essa é a versão folk do clássico da banda portuguesa Moonspell

...mas esta é mais a cara Dela ;-) 

sábado, 14 de junho de 2025

Ategina, Semana 20: Arte Evocativa

Esta imagem simultaneamente celestial e ctônica, criação de Javier Barjollo, diz mais da Senhora do que mil palavras poderiam...

domingo, 8 de junho de 2025

Ategina, Semana 19: Qualidades

Ategina, como vimos há algumas semanas atrás, é aquela-que-vai-sem-olhar-para-trás, e nada pode dissuadi-la de seu propósito inabalável - seja buscar seu amado sem medir riscos, seja ir em socorro dos devotos que A invocam, ela é tão merecedora do epíteto "prestativíssima" quanto seu consorte divino
...mas vocês estão se perguntando, que raios essa imagem do Budismo tibetano tem a ver com uma Deusa lusitano-celtibérica?
Pois então, esta é a Tara Verde (ela apresenta muitas cores e atributos, esta é só uma delas), a Salvadora, aquela que remove obstáculos no caminho da iluminação de seus devotos.
Vejam que, ao invés de estar sentada na postura do lótus, como tantas outras deidades budistas, ela é retratada com a perna direita avançando para a frente: esse gesto, na simbologia do Vajrayana, representa sua perene disposição em se levantar de seu trono de lótus e ir em auxílio de todos os seres - agora vocês entendem porque eu escolhi essa imagem? Porque eu não lembrei dela ao falar dos outros panteões, esta ficou disponível para que hoje eu pudesse falar da Compassiva, da Auxiliadora, da Sempre Prestativa com uma imagem que vale por mil palavras.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Ategina, Semana 18: Gênero e Sexualidade

Quando analisamos o culto de Endovélico anteriormente, consideramos a questão das suas 72 inscrições atestadas, com alta representação feminina (33% de devotas), a possível similaridade com o templo de Asclépio em Epidauro e seus ex-votos de órgãos genitais curados pelo Deus, e a visão romana (estereotipada?) da Ibéria como o "centro sexual" do Mediterrâneo.
Para Ategina não dispomos dos mesmos recursos, porque pouquíssimas inscrições, seja nos altares ou nas placas de defixio, nomeiam quem as inscreveu, e as ainda mais raras solicitações de cura não estão reunidas num inexistente santuário de cura sob a regência Dela.
Podemos, é claro, supor que a fertilidade do solo e das colheitas que Ela proporciona desse ensejo a quem buscasse ajuda nas manifestações mais "carnais" dessa fertilidade (e mesmo nas questões não-reprodutivas do sexo), mas sem evidências atestadas disso nas inscrições que temos.
E é aí que adentramos território desconhecido, guiados pela bruxuleante luz da UPG.
Mencionei de passagem, quando vimos a Cabra dentre os símbolos de Ategina, a hipotética relação Dela com a famigerada Oração da Cabra Preta, do clássico Livro de São Cipriano (mas que aparentemente se originou no Catimbó do Nordeste por volta de 1940, vejam só) e eis que um trecho dela diz:

(...assim como trinco fecha e trinco abre, quero o coração dessa(e) desgraçada(o), que não tenha mais sossego enquanto não for minha (meu), que ela(e) fique cheia(o) de coceira para não gozar nem ser feliz com outro(a) homem (mulher) que não seja eu...)

A força mítica e mágica dessa oração é evidente a quem a leia -- mas devemos lembrar que não há nenhuma evidência que confirme a OdCP como uma relíquia sobrevivente do culto original a Ategina.
Podemos, sim, usar esse conjuro em nome Dela no seu aspecto ctônico (ou a outra versão, que tem usos mais gerais que o da amarração), mas sem inventar uma origem arcaica transmitida da boca ao ouvido ao longo dos séculos, sem falsear a verdade em nome do glamour mágico, pois essa é uma de inúmeras situações onde a força do que é Válido triunfa sobre a falsa necessidade do Autêntico.
Bons conjuros, pessoal
(e lembrando que semana que vem é o Dia dos Namorados)