segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Ategina, Semana 29: Experiência Pessoal

Qualquer um de nós que teve a oportunidade de cultuar, e então contactar, alguma das Divindades antigas, tem inúmeras histórias para contar -- ou teria, se algumas delas não estivessem sob interdição por ordem da Divindade em questão e a maioria delas, como já disse, ocorrer de modo tão despretensioso e ordinário que simplesmente não teriam sentido para alguém fora da relação. Mas esta semana é a das vivências particulares, diferentemente dos testemunhos dados anteriormente, então vamos ver o que conseguimos...
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Você está diante de um monte tumular verde, numa planície verde, do outro lado de um rio de águas escuras; cruze o rio, raso e muito frio, até a outra margem, e caminhe ao redor do monte, no sentido anti-horário, até encontrar um caminho de subida ao monte (voltado para qual direção?), com dois pilares de pedra negra e uma terceira pedra suspensa sobre eles como entrada do caminho; suba ao monte e siga por uma trilha serpenteante e escura, com cheiro de terra, até uma luz bem no alto do monte.
Você contempla uma pilha de pedras que chega à sua cintura, coberta de flores secas, com um crânio de cabra sobre ela; os chifres são revestidos de prata, há uma vela preta na órbita esquerda, uma vela branca na órbita direita,  uma vela vermelha entre os chifres, e o crânio está recoberto de letras desconhecidas; faça uma reverência ao crânio e peça permissão para descer às profundezas, ofertando o ramo de cipreste que subitamente surge em suas mãos.
Se nada ocorrer, não é a ocasiao: agradeça, desça pela trilha, volte por onde veio.
Se for a ocasião...você subitamente cai para dentro do monte, uma escuridão fria e silenciosa, e após eras de queda você se percebe deitado na escuridão total, que lentamente deixa ver um círculo de pedras negras entremeadas com ossos brancos, e uma fogueira no centro que cheira a resina de cipreste.
Olhe para além do círculo à sua frente, veja o que (ou quem) há para ser visto; olhe à direita, atrás e à esquerda, dando tempo para perceber o que se revela ali.
Agradeça, vire de costas para o fogo central, deite-se, feche os olhos; num instante você flutua na escuridão sobre o abismo, no instante seguinte está diante do crânio de cabra no monte santo.
Sobre o altar há uma taça de cerãmica, na qual você bebe a mesma água fria do rio que cruzou para chegar aqui; ofereça a romã surgida agora em suas mãos como agradecimento, faça uma reverência, volte-se e desça pelo caminho, sem olhar para trás, até cruzar o portal de pedra.
Olhe a planície verde uma última vez (algo mudou?), cruze o rio para a outra margem, respire fundo e volte ao mundo do dia-a-dia.
Escreva o que viu e sentiu.
Escreva o que sonhar esta noite.
Não repita isso mais de uma vez por mês no início; mais tarde a visão pode ser repetida a cada sete ou nove dias.
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